terça-feira, 18 de setembro de 2012

Ainda lembranças...



"A vida tão simples é boa..."música maravilhosa que encantou nossos ouvidos nas vozes de Ana Carolina e Seu Jorge. Muitos cantarolaram a música enquanto corriam desnorteados por avenidas , parando nos congestionamentos , enquanto maldiziam o calor sufocante , resultado do efeito estufa.
Parados no próximo semáforo (droga, tinha que fechar agora!!!!) fecharam o vidro  rapidamente, medo de um assalto.
"Há quem acredite em milagres,
Há quem cometa maldades..."
Alívio quando o verde sinalizou uma saída da angústia de estar parado num cruzamento perigoso.
Ansiedade por poder chegar em casa  e encontrar os seus em segurança.
"É isso aí!
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores"

Por isso amo lembrar dos morros verdejantes de Pilar do Sul.
Amo lembrar de nosso fogão de lenha, o barulho da chama estalando na lenha..
Amo lembrar de minha mãe aventando e escolhendo o feijão na peneira.

Também tenho uma, e dias atrás meu marido comprou alguns quilos de feijão direto do produtor . Veio cheio de pedrinhas, feijões machucados , estragados, metades.
Não teve outro jeito, tive que recordar e escolher . Foi interessante, me fez lembrar o passado quando sentávamos em torno da mesa, eu, minha mãe e minhas irmãs e íamos escolhendo enquanto conversávamos animadamente, meio saco de feijão. Nem víamos o tempo passar.
Também traz a lembrança a época da colheita do feijão, em que tios e vizinhos vinham para ajudar a "maiar " o feijão. No fim do dia, a criançada da vizinhança se reunia para inventar brincadeiras com a palha do feijão. Íamos dormir exaustos e com o corpo todo cortado, mas incrívelmente felizes.
Quem viveu assim sabe o que essa frase significa:
"A vida tão simples é boa..."

Quadro: detalhe de "Meu mundo perfeito" em que os vizinhos de minha casa , Seu Dubino e seus filhos, maiam o feijão à moda antiga.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Lembranças que me fazem sonhar.


Sou sonhadora de nascença...
Nascer na beira de um riacho, numa cidadezinha do interior, e ser a caçula de sete irmãos deve ter tido esse preço.
Minha mente é recheada de lembranças, que às vezes são tantas que se misturam aos sonhos e nem sei ao certo onde é a linha tênue que separa lembrança de sonho.
Só sei que os morros eram verdes, com certeza tiveram seus dias de seca e estiagem prolongada, mas em meus sonhos a erva não se seca.
Talvez houve dias em que a comida foi escassa, que o frio foi inclemente.
 Mas como gostava de ver a geada depois das longas noites de inverno; achava lindo o brilho do sol cintilando na grama, nem ligava pras mãozinhas geladas. O que valia era sentir o céu intensamente azul. Sentir o rosto afogueado pelo calor das labaredas, sentada no banquinho em cima do fogão de lenha,  vendo o alaranjado cromo  das labaredas lambendo o bule de café.. Nada mais importava.
Acho que  vem daí a minha paixão pelo frio, eu não vejo a dificuldade da família de pouco meios, mas o calor do fogo e o aconchego do colo da mãe carinhosa , minha mãe Maria, que doce como quase
 todas as Marias que conheci,  sabia minimizar a dor.
Com certeza houveram muitas lágrimas, mas em meus sonhos elas foram enxugadas.
O tempo não as deixou em meus olhos...
Deixei ficar os morros verdejantes, as pipas colorindo o céu, as labaredas no fogão de lenha, o aroma delicioso do bolo "apressado"feito com polvilho e que nunca mais provei...
Deixei ficar em meus sonhos as brincadeiras com os vizinhos,a Aninha, o Júlio, o Luisinho da "Maria do Tico Leite" (é assim que se diz em Pilar do Sul: João da Maria e Maria do João)
A amizade sincera com os seis irmãos: Zézinho, Izildinha, Mara, Ciça, Tere e Cinira, que me ensinou a apreciar o por do sol.
Ainda ecoa em minha mente as deliciosas gargalhadas , o riso fácil daqueles que também sabiam que é preciso bem pouco para poder sonhar...
O tempo deixou marcas, é claro, em alguns mais profundas do que deveriam ser. Mas as cicatrizes existem para provar que é possível se regenerar, e o processo depende mais de nós do que do próprio tempo.
Ao olhar para trás , ou melhor, para dentro de mim, encontro um mundo de utopia, ingênuo, em que as cores fortes evocam lembranças , onde os sons e os aromas me remetem à uma infância feliz.
Muitos, ao contemplar o "Meu Mundo Perfeito" , dizem:
-" sua infância foi num lugar maravilhoso assim?"
Digo:
-Foi, porque eu tirei as pedras, os espinhos, as lágrimas e só ficou o que eu aprendi a amar.

"Meu mundo perfeito"-óleo sobre tela, arte naif de Bernadeth Rocha


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Lembranças que me fazem chorar.



Não sei porque a melancolia me alcançou hoje.
Corro tanto, tenho dias tão ocupados desde o nascer do sol, até o relógio me avisar que outro dia começa, que não tem como parar e pensar...
Quando paro, leio.
Ontem terminei , com muitas lágrimas, de ler uma história verídica sobre o amor de um homem e um gato. "Pegadas ao luar" de Denis O'Connor, conta a história envolvente de um inglês que salva uma gata da raça maine coon de uma armadilha, porém ela não sobrevive e ele decide ficar com um dos filhotes. Vale pela descrição maravilhosa dos campos e montanhas onde o autor vive,  de seu chalé de pedra e seus jardins. Para mim que amo os felinos (tenho o Fred e a Mila) as aventuras do gato preto e branco, suas aprontadas e o amor que se desenvolve entre os dois , tornou prazeroso cada capítulo. Infelizmente, assim como em Marley e Eu, de John Grogan, histórias verídicas, tem um fim.
Também tive minha história com o Betão, que apareceu como Negão em meu atelier. Olhos castanhos, mansos , doces , implorando um afago , um carinho. Cachorro magro, cansados de maus tratos de um dono insensível. Um dia descobri que seu nome na verdade era Max. Começou a aparecer pontualmente as onze horas, sabia que ali teria água e comida. Em pouco tempo, estava morando em minha casa. Companheiro inseparável em minhas caminhadas, sentia-se feliz só em me ver calçar o tênis, e lá íamos os dois , ele chamando a atenção por seu pelo ser de um negro verdadeiro, brilhante. Muitos pediram para passar a mão para sentir a maciez de sua pelagem, acredito que seria alvo de inveja de muitos cães de raça que não saem dos petshops.Nem sei dizer com precisão quanto tempo durou nosso companheirismo. Mas um dia percebi que sua natural magreza parecia se evidenciar. A veterinária suspeitou de erliquiose, a doença do carrapato além de uma anemia profunda. Nem as vitaminas e os remédios administrados foram suficientes. Precisou de uma internação, novos exames. Porém antes que se fizesse um ultrasom para constatar um possível cancêr, depois de uma noite mal dormida percebi que suas forças se esgotaram. Eu e minha filha, em meio a muitas lágrimas , decidimos pelo sacrifício, para abreviar seu sofrimento . Mas sempre me lembrarei de nossos últimos momentos. Eu aquecia seu corpo gelado com garrafas pet cheias de água quente envoltas em mantas,e acariciava seu pelo já não tão macio como era anteriormente. Ele ergueu os olhos mais uma vez, e com aquele olhar doce parecia me dizer adeus.Quem ama os animais, os gatos e os cachorros sabe do que eu estou falando. Da cumplicidade e companheirismo, do amor incondicional que esses bichinhos sentem por seus donos .Outros animais vêm em nossas vidas, mas eles são insubstituíveis.Quando saio agora caminhar sozinha, pois é impossível levar a Sophia, uma waimaraner  espeloteada e destrambelhada que agora vive comigo , me lembro de nossa última caminhada. Betão já estava doente, quis levá-lo pois sabia o quanto gostava dessas caminhadas noturnas. Mas não fomos longe. Seu passo era lento e pesado, precisei parar umas três vezes, para descansar . Mas valeu como uma despedida e hoje tudo são recordações.
...é, acho que descobri porque  a melancolia me alcançou hoje...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

"Um bom lugar pra ler um livro " I


Amo este tema. Já retornei muitas vezes à ele, e acho que poderia passar minha vida criando esses lugares de deleite.Já sentiu o prazer de mergulhar nas páginas de seu livro preferido a ponto de  esquecer de tudo ao seu redor ? Conhecer pessoas, visitar lugares imaginários,viver situações que na sua vida real nem cabem? Nada substitui o prazer de deslizar os dedos pelas páginas ,
Tentei ler um livro na tela do computador. A luminosidade cansou rápido os olhos. As  mãos desocupadas sentiram a ausência das páginas a serem acariciadas, o olfato procurou pelo aroma sutil do papel. Desisti, um amigo tinha o livro e terminei de lê-lo em meu cantinho preferido. Sempre começo meu dia mergulhada na leitura, nem que sejam poucos, mas preciosos minutos. O Fred, meu gato, se apressa em se aninhar em meu colo para mais um cochilo. Às vezes, até leio algumas páginas a mais só para não interromper o sono do bichinho. 

Um bom lugar pra ler um livro I - óleo sobre tela- de Bernadeth Rocha


(Este é meu cantinho preferido, e este é o Fred, minha boa companhia.)



terça-feira, 5 de junho de 2012

Dia de chuva

Hoje o dia estava gris.Os gatos acharam o máximo, enrolados pelos cantos, aconchegados nas almofadas. Embalaram o sono no tamborilar da chuva nos telhados. Para mim o dia também estava perfeito. Amo pintar nos dias de chuva, olhar as gotas que caem preguiçosas deslizando primeiro nas folhas da mangueira. O friozinho do inverno que se aproxima deixa o clima aqui de casa mais gostoso, torna o estar do lado de dentro a opção mais interessante. Amo o frio e todas as atividades que fazem parte desta época do ano, elas me inspiram. A chuva também não deu tréguas. Quando pensava que iria parar, vinha nova chuvarada, incomodando os pedestres que coloriram as calçadas com sombrinhas multicores.
"Chuva de verão" mostra o outro lado da chuva.O lado divertido das chuvas que caiam no verão em minha infância, diferentes das chuvas geladas de inverno. Nela a ordem não era  "venham para dentro", mas sim "vamos lá para fora". Como era bom correr na chuva, nada nos intimidava. Também ensinei aos meus filhos como desfrutar dessas chuvas torrenciais que lavam telhados e que alegram a alma. Esse é o tema central desse naif que  retrata uma bela tarde de sol quente, 4 horas da tarde. Repentinamente as gordas chuvas de verão despencam sobre a vila. Apressadas as pessoas correm recolher suas roupas que já secas enfeitam os varais.
As crianças indiferentes às roupas que se encharcam ,  acham que, agora é que a brincadeira começou.

"Chuva de verão"- arte naif- oleo sobre tela de Bernadeth Rocha


quarta-feira, 30 de maio de 2012

De volta à rotina.



Ando preguiçosa, quando a vontade de escrever chega, fico quietinha e espero...
A vontade passa. Também pudera, vivi semanas agitadas, fora de minha rotina.
Quase não vou ao Shopping, então quando é semana de exposição tenho uma semana bem diferente, considero quase uma semana de férias. Restaurante todo dia, cafézinho com pão de queijo. Agora começa a briga com a balança.
Cansa. Tem dias  que volto com os pés implorando por um escalda-pés com sal grosso.
Mas vale a pena, pois além de mostrar minha arte, conheço pessoas diferentes .Sou vidrada em analisar personalidades. Sei que aprendo com todas elas , gosto de colecionar histórias.
Depois que passa ficam as lembranças. A agenda, com suas mensagens e nomes, possibilidades de vendas e encomendas eterniza esses dias que se vão tão rapidinho.
Desta vez tive a alegria de expor junto com minha irmã, Tere Oliveira que levou suas poltronas. Móveis em alta costura, máximo em capricho e elegância. Espero que surjam outras oportunidades e que o caminho trilhado por ela seja sempre o caminho do êxito e do sucesso .
Agora estou de volta às tumbérgias, aos gatos e aos passarinhos.
Pena que também estou de volta à correria, ( a pergunta de sempre: Por onde começo? ), a frustração de muitas vezes ver que o sol se pôs antes que eu pudesse ticar todas as exigências.
Pena que muitas vezes eu nem vejo o sol se por...

Para  conhecer o trabalho de Tere Oliveira:
www.baudetecido.blogspot.com

www.bernadethrocha.com.br

sábado, 19 de maio de 2012

Naif : arte que encanta




Naif: arte ingênua. Pode-se dizer que o naif brota do inconsciente , sabedoria e sonho se irmanam em obras singelas. Marcadas por imagens do cotidiano, em geral conta histórias por meio da pureza das cores, traços e formas, com uma técnica aparentemente estilizada e rudimentar.
Arte naif não se estuda; se sente.

Não sou uma artista primitiva, mas me apaixonei pelo naif. O que mais me encanta é ser ele puramente emocional. Por meio dele se abole o tempo e reencontramos paraisos perdidos . O naif imortaliza o instante, nos remete à um mundo de alegria e êxtase , como se estivéssemos vendo o mundo pela primeira vez.
"Flutuando em meio ao silêncio da manhã , descobri horizontes longinquos, caminhos singelos, aguas claras refletindo um céu azul encantado, cenas da vida se perdendo na imensidão da paisagem.
A beleza de nossa terra é presente, palpável, mas só os olhos dos ingênuos conseguem vê-los assim.
Isso é o " meu" naif.
Saudade do que foi, alegria de viver o presente em mil cores, expectativa de ver cumprir-se meus mais nobres sonhos.
Meu mundo perfeito!
Um sonho sem fim."

"Chuva de verão" óleo sobre tela- arte naif por Bernadeth Rocha

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Esconderijo do tempo

Flores brancas e frutos- oleo sobre tela Bernadeth Rocha
 Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam no livro que lês.
 Quando fechas o livro, eles alçam voo como de um alçapão.
 Eles não têm pouso nem porto;
 alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem.
 E olhas, então,
 essas tuas mãos vazias,
 no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti.

                                                             Mario Quintana
 Palavras doces encantam meus ouvidos...
 São como dedos suaves que acariciam, perfume sutil que sentimos numa brisa que sopra...
 e passa...
 Acordar assim é bom.
 Os pássaros estão impossíveis hoje.
Acordaram fazendo algazarra na mangueira.

E o friozinho de outono faz o corpo reagir ( ou não reagir) com preguiça...

 Bernadeth Rocha

domingo, 6 de maio de 2012

14 a 20 de Maio.

Domingo? Não acredito!!!!!!!!!!!! A semana passou. Como se fosse um vento que sopra repentinamente levantando poeira,agitando as folhas das árvores e seguindo viagem. Quando você vê já passou e você se pergunta se foi só sua impressão. Mas foi assim e metade dos projetos ficaram nas páginas da agenda esperando resposta . Indiferente ao meu agito, amanhã é segunda e começa a contagem regressiva. Semana decisiva.Apesar de ser marcada com alguns meses de antecedência a data da exposição chegou rapidamente e o esperado planejamento foi desconsiderado. Só hoje, entre uma brincadeira com o neto(que delicia passar uma tarde assim)e os pratos a serem lavados, comecei a levantar quantos quadros vou levar . Afinal, domingo que vem , à noite estaremos montando a exposição no Sorocaba Shopping.Espero levar dezesseis obras. Tem algumas que estão na primeira etapa, portanto é só terminar. Pretendo começar (e terminar é claro) mais dois e levar alguns de meu acervo pessoal.Estou em grande expectativa porque vou expor junto com minha irmã Tere Oliveira, artista com agulhas e retalhos, que numa altura da vida resolver revirar seu baú de tecidos e começou a colorir poltronas, juntando retalhos a retalhos num patchwork de extremo bom gosto e capricho.O resultado é surpreendente.Sou fã incondicional, fico feliz em ver seu sucesso. Por isso sei que será uma semana com bons resultados,que passaremos juntas e poderemos mostrar nossa arte, fazer bons amigos e também bons negócios, é claro. Faz parte,mas não se vive só de elogios... Enfim, fica aqui o convite.Estaremos lá , ansiosas pela sua presença.
Poltrona Tropicalia. Não é linda? Mas esta já tem dono.Lá voce verá outras, tão lindas quanto esta.

domingo, 29 de abril de 2012

"Pagina virada"

Hoje é domingo. Um maravilhoso domingo, em que a chuva mansa insistiu em cair lá fora, lavando os telhados e encharcando a terra. O barulhinho monótono embalou o sono de cães e gatos que se aninharam em tapetes e almofadas, não querendo nada mais do que o conforto de um soninho bom. Só as galinhas que não se importaram, e ficaram pelo quintal ciscando a procura de bichinhos e acerolas maduras que caíram da pequena árvore,arcada de tão carregada de frutos. Eu fiquei por aqui, curtindo esse dia preguiçoso, vendo as mesmas programações de domingo. O que às vezes muda é o placar, hoje foi 3 a 1 do Santos vencendo o São Paulo, Neymar estava impossível. Comecei uma nova tela, "Página virada". Uma cliente me pediu um quadro que mostre a preservação do meio ambiente, visto que a colocará num posto de gasolina e os proprietários estão com uma preocupação com a preservação de um riacho que passa por ali. Contou-me que irão plantar árvores em suas margens, visto que hoje por ali não se vê nenhuma. Imagino que num passado não muito distante,esse mesmo riacho corria tranquilo pela sombra de um arvoredo. Que servia de abrigo aos pássaros e descanso aos viajantes que a pé ou à cavalo chegavam a pequena cidade de Pilar do Sul. À principio não encontrava o caminho, olhava a tela vazia e ...nada. Então,imaginei uma paisagem monocromática, uma natureza devastada, seca,à beira de um riacho sem vida ...Essa página sendo virada. E o mesmo recanto, agora verde, cheio de cores e vida, uma pequena cascata , água límpida , transparente. Está ficando interessante e acho que transmite a mensagem proposta pela cliente. É também a minha mensagem e esperança, que a natureza reencontre seu equilíbrio e que esta maravilhosa Terra torne-se o lar perfeito e eterno do humanidade. (Agora vou me deitar. É quase meia noite, o barulhinho da chuva continua. Um convite ao sono e aos sonhos de um mundo melhor.) Oleo sobre tela: Página virada - primeira fase.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sob a luz das estrelas

Pausa para um descanso...ou ao menos para respirar sem ter que se sentir pressionado, como se uma fila, atrás de você, esperasse a sua vez. Vi essa cena terrível no curta metragem " A geração que não verá as estrelas." (procurei no google para ver se encontrava;não encontrei...será que mais alguém lembra de ter visto?) Fiquei impressionada por muitos dias, temerosa sobre o amanhã. O curta mostrava um tempo no futuro em que a poluição era tanta que não se via mais as estrelas, o ar denso , uma neblina constante fazendo com que as figuras desfiguradas surgissem repentinamente , famintas, violentas , perdidas. As pessoas se amontoando em filas, esperando sua vez de entrar numa bolha onde podiam por alguns minutos respirar ar fresco, usando inaladores.Uma briga começa , quando muitos disputam um inalador ao perceberem que um deles está quebrado. O personagem central sai desesperado, e na rua , uma carrocinha recolhe pessoas mortas. Devo ter visto esse curta num cinema `a uns trinta anos atrás.Foi tão marcante que me lembro dele , e não do filme que fui assistir. Não chegamos a esse estágio, mas somos bombardeados por notícias de descasos com a natureza, a extinção de animais e plantas, o aquecimento global, a terra louca, que não sabe mais em que estação estamos entrando. Pior ainda, a extinção, não do ser humano, mas do "ser" humano, quando a vida de crianças, idosos, mulheres, ou, seja, de todo aquele que parece ser mais fraco vai perdendo o valor. Se você ficasse desacordado, ou fora do planeta, e ao voltar assistisse um noticiario, não teria perdido nada, porque as noticias se repetem, apenas mudam os protagonistas. Que pena que o ser humano se esqueceu o que é "ser" humano. Mas não podemos generalizar.É lógico que existe aqueles, como eu e você, que não deixou se contaminar por este mundo louco e condenado, que ainda se emociona diante da beleza, que respira fundo ao assistir um por do sol, que se cala quando ouve uma pássaro, ou uma melodia... Que sorri ao tocar os dedinhos das mãos de um bebê, que medita quando lê a Biblia, que valoriza o próximo nas suas carencias e aflições.. Que dança quando está feliz, e ri mesmo quando as coisas não vão tão bem como você gostaria... Que mesmo quando está cansado, e muito ocupado, acha que vale a pena, antes de dormir sair lá fora, ou ao menos abrir a janela e procurar o brilho de uma estrela. O curta estava errado, serviu para alertar uma geração, mas o homem não está no comando. As estrelas continuarão a brilhar nos céus , e sempre haverá na terra olhos admirados e reverentes contando as estrelas. "Sob a luz das estrelas"- oleo sobre tela de Bernadeth Rocha

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Galeria da memória.



Tem certas coisas que nos tiram o fôlego e nos aquietam...
O silêncio se faz presente e necessário...
É preciso cerrar os olhos, mergulhar e flutuar ,,,
Para mim é assim que se ouve o tecladista Yanni.
Hoje estive fazendo uns trabalhos manuais e passei o dia ouvindo músicas na internet.
(letras.terra.com.br)
Simplesmente fantástico. Il Divo, Celine Dion, Andrea Bocceli, Alessandro Safina.
Por fim, estou ouvindo Yanni. Cenário deslumbrante, requinte, bom gosto, me transporto para a plateia e sinto um aperto em meu peito.
Porque eu não estava lá? Quem dera...
Está ao alcance de poucos.
Não estamos na maioria dos lugares que gostaríamos de estar.
Mas podemos apreciar e reter momentos como estes...e rever...à um toque.
A vida não pode passar em branco. Precisamos criar momentos, que sejam sublimes, instantes nos levem ao encontro do belo, do divino, que toquem em nosso íntimo e nos façam entender que a vida é algo muito superior a essa rotina muitas vezes sem sentido, até desnecessária.
Assim é a apreciação da arte.
Dias atrás estive na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Incrível entrar naquele prédio histórico. Parece que, se pudessem , as paredes contariam as histórias que testemunharam.
Sempre fui fascinada por arquitetura antiga.
Incrível também, o silêncio reverente com que as pessoas se colocam diante da arte.
Ficamos impressionados com tanta riqueza de detalhes, tanto nos quadros, como nas esculturas. Me lembrei de meu amigo Divino quando dei de súbito com a linda obra "Saudade" de Almeida Junior, que tem uma sala quase toda sua.
São momentos assim que devem ser procurados, e encontrados, criados e vividos, porque são eles que se tornarão lembranças.
Aí então,ao fechar os olhos e entrar na Galeria de sua memória você poderá percorrer os corredores de sua mente e nele ver, em quadros, eternizados, os melhores momentos que você viveu.
E eu, vou fazer isso ouvindo Yanni.
E você?

quinta-feira, 5 de abril de 2012

14 de Nisã

"Esse homo" de A.Ciseri



De acordo com o calendário lunar judaico, hoje ,5 de Abril, após o por do sol, começou o décimo quarto dia do mês de nisã.
Nos céus uma testemunha silenciosa, a lua cheia. A mesma lua que há cerca de 1979 anos testemunhou o evento mais importante de toda a história humana.
Na sociedade moderna, consumista, política, louca por prazeres e materialista, parece piegas falar de um homem judeu, simples, que viveu tão pouco na face da terra e que dizia que "felizes são os mansos".
Que" bem aventurados são os que têm fome e sede de justiça."
Que ensinava que "há mais alegria em dar do que em receber."
Que até mesmo deu o exemplo de que "a quem te esbofetear a face direita, oferece a esquerda."
Que ousou dizer que devemos "nos alegrar e pular de alegria se formos perseguidos, porque é grande a recompensa."
Que disse: "Ninguém tem amor maior do que este, que alguém entregue a sua alma a favor de seus amigos."
Numa sociedade como esta, conseguiria ao menos um ouvido atento? Teria ao menos um seguidor? Quem seria tão louco a tal ponto?
Parece improvável...
Todavia, relata-se que Napoleão Bonaparte disse:-"Jesus Cristo tem influenciado e comandado seus súditos sem sua presença corporal visível."
Interessante que ele, Alexandre , o Grande e outros poderosos governantes precisavam de sua impressionante presença para exercer influência sobre aqueles a quem comandavam.
No entanto por meio de seus ensinos e seu exemplo, Jesus tem influenciado de forma poderosa a vida de pessoas já por quase dois mil anos.
"Todos os exércitos que já marcharam, todas as frotas navais que já se construíram,todos os parlamentos que já se reuniram, e todos os reis que já governaram, juntos,não influenciaram a vida do homem sobre a terra tão poderosamente"
disse certo escritor.
Com toda a razão. E, à medida que este mundo segue desgovernado, cada vez mais imerso no caos, mais forte se ouvirá a sua poderosa voz:
"Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós."

quinta-feira, 29 de março de 2012

Palavras que ferem...palavras que curam


Detalhe do quadro Gota da Vida de Bernadeth Rocha- oleo sobre tela

Como são difíceis os seres humanos...
Ou talvez, como são difíceis os relacionamentos entre humanos, seres pensantes que muitas vezes se esquecem de pensar e na ânsia de falar se esquecem que muitas vezes o silêncio é o melhor dizer.
Palavras doces e macias , até as mais sérias, são afago pra alma cansada.
Palavras que cantam, mesmo as mais duras, iluminam e são acatadas como ar puro que refrigera...
Mas o amargo, o áspero e o gélido, mesmo quando necessários, tornam intragável o que temos de engolir...
E que muitas vezes, infelizmente nos fazem vomitar...
Ainda bem, que entre uma palavra e outra, existe uma pequena pausa , um respirar que pode ser sentido ...e vivido...
A experiência nos ensina o calar, não o engolir, mas o aceitar...
Porque se aceitarmos o imutável, conviveremos melhor com o semelhante...
Gosto da frase da música "epitáfio" dos Titãs:
"Queria ter aceitado as pessoas como elas são...
Queria ter aceitado a vida como ela é...
Devia ter complicado menos,trabalhado menos...
Devia ter me importado menos com problemas pequenos ...
Devia ter amado mais (perdoado mais)..."
Quem não gostaria de ter a sabedoria para aceitar as pessoas como elas são e ainda levar a vida no bom humor?
Quem não gostaria de ter o domínio do silêncio e mesmo no momento mais tenso, ter um olhar despreocupado de amor?

domingo, 25 de março de 2012

"Ô, tarefa brava"




" A tarefa hoje foi brava."
Assim dizia meu pai, homem simples do campo. Em nosso pequeno pedaço de chão , sítio Olho d´água, plantava milho, feijão e amendoim. Minha mãe muitas vezes ia na frente,carregando os dois filhos menores, mulher guerreira que nos deixou, não palavras, mas exemplos inesquecíveis.
Quando começamos a trabalhar na chácara em que hoje moramos , trouxe umas mudinhas de uma praga que dá umas flores amarelas, não sei como se chama, mas acho lindo os lugares onde ela se alastra. Plantei em torno de um ipê rosa que meu marido havia plantado anos antes na entrada . Cultivei, molhei(como se praga precisasse disso) e fiquei feliz quando vi as flores amarelas, como pedacinhos de sol.
Hoje, calor escaldante para um começo de outono , tive maior trabalho em arrancar os imensos arbustos em que se transformaram.
Saber que fui eu quem as trouxe, na minha ânsia de ver flores por aqui; achei ser uma solução fácil.
Incrível que muitos levam a vida assim, sem pesar o que seus atos podem gerar num futuro próximo, indiferentes a lei que diz:
" O que o homem semear , isso também ceifará"
Levam a vida sem responsabilidade, semeando sementes de pragas, que muitas vezes são mortíferas. Pena que tais laços muitas vezes, são armados na fase que deveria ser a mais bela de todas :a juventude.
Depois o trabalho é árduo como o de hoje, arrancar o que se plantou, prevendo que as raízes deixadas ainda podem florescer.

Quanto ao ipê, ele cresceu e havia muita expectativa se realmente era rosa, devido aos anos sem inflorescências.
Era.
E o pequeno cacho de flores mereceu até ser fotografafo. Porém ao tornar-se árvore madura, uma laje de pedra, não permitiu que as raízes crescessem para dar suporte,(moramos em Salto de Pirapora, cidade rica em minério e cujo solo é cheio de pedras) e ela começou a tombar.
Com lágrimas o machado desceu sobre ela, deixando até hoje, o tronco já forte inerte no chão. Mas a natureza é teimosa, onde há raiz e semente há vida. Um pequeno ipê
já ganha altura, e outros menores já germinaram, mas precisei tirá-los . Estavam em lugares impróprios.
Cuidar da terra não é fácil, exige esforço e determinação, a praga muitas vezes ganha a luta.
Mas, observar as borboletas que delicadas, voam sobre as lantanas,repletas de pequenos buquês multicoloridos,dá a deliciosa sensação de missão cumprida.
Afinal,é de pequenas gotas que se formam nuvens, de pequenas sementes que se forma a natureza.
São pequenos gestos que transformam vidas.

Oleo sobre tela: Bosque de Bernadeth Rocha

quarta-feira, 21 de março de 2012

Amigos e familia ...é tudo de bom.





Ontem foi uma noite especial.
Porque além da noite quente, sem vento e sem os inconvenientes bichinhos de luz, o sereno caiu sereno e tornou mais fresca a noite...
Além da comida saborosa, feita a muitas mãos, deliciosa espagheteria, perfumado por muito mangericão...
Além do riso e da conversa animada pra colocar em dia eventos passados e não contados...
Além da presença de quatro de minhas queridas irmãs Izil, Ciça, Mara e Tere. Nem sempre nos reunimos,o que torna o momento ainda mais especial...[só faltou dois de meus irmãos Cinira e o famoso Zé Esquerdinha, faltou também sobrinhos (o Saulo veio), cunhados(o Edson também veio) , enfim torna-se imprescindível um repeteco]
Além de reunir meus doces filhos, tres já casados.Fez reviver os bons momentos em que eles gravitavam ao nosso redor (o paizão possessivo achava que ia ser possivel impedir que eles se aventurassem pela vida !)
Além do furacãozinho Arthur, que onde chega vai esbanjando energia e alegria, os cabelos loiros despertando admiração, fase boa da infância,a curiosidade levando a tantas descobertas.
O que comemoramos?
A vida, a alegria, o bem querer, o estar juntos .
Não precisava de um motivo especial,porque o especial já era o fato de sermos uma familia. Pena que a vida e o tempo nos cobra a distância, vidas que correm paralelas, mas que podem com um pouquinho de esforço se cruzarem.
Passamos isso para nossos filhos: especial é cada dia, cada momento juntos quando transformados em festa, enfeitados pelos balões da alegria, os brigadeiros do riso, não a luz de velas que se apagam , mas de olhares que se cruzam em afeto e aquecem o íntimo; não o presente muitas vezes obrigatório das datas, mas o presente de dar-se por inteiro.
Viver e receber o inesperado, quando então a surpresa é realmente uma surpresa porque não é nem de longe esperada ou cobrada.
Pudesse minha casa seria eterna festa, viveria cercada de amigos. Mas isso não é possível, na verdade se tornaria um fardo...
Bom mesmo é viver a tranquilidade de cada dia , e vez por outra, criar ocasiões especiais como o dia de ontem e sentir o calor da amizade.

Além de tudo, sentir os laços do amor, que é "o perfeito vínculo de união."Colossenses 3:14

segunda-feira, 19 de março de 2012

Simplesmente azul...



Simplesmente azul...
Assim defino o outono
As folhas de minha cerejeira começaram a cair , rodopiando como pipas que perderam o fio.
... pipas amarelas e vermelhas, colorindo o chão e se aninhando entre as pedras...
Porque agora as noites serão mais frias.
Mas o que encanta mesmo é o céu azul, puro e cristalino, azulejo sem nuvens...
Na paleta de cores é azul cerúleo, intenso e vibrante, irradiando alegria.
Desde menina , este céu azul me inspira.
Amava pedalar pelas estradas e caminhos das redondezas de minha casa até o Beira Rio, exalando felicidade por todos os poros.
O sol indeciso esquentando minha pele...ainda não acreditando que acabou o verão.
Queria sumir, virar pássaro, alcançar o infinito.
Mas me contentava em ser simplesmente adolescente, descobrindo a vida e pedindo para o tempo não passar.
Mas o tempo passou...
Muitas coisas mudaram.
Só o céu azul permaneceu;pelo menos aqui, onde o homem ainda não vestiu o céu de cinza.
Daqui algumas horas começa o outono, mais precisamente às 02h14 do dia 20, terça feira.
Provavelmente , estarei dormindo, aninhada em meu cobertor de microfibra, que é óbvio, é azul, nos mesmos braços, que já me enlaçam há 32 outonos.
Mas números não importam.
O que importa é que muitos céus azuis, sem nuvens vão emoldurar meus dias, e os dias de minha irmã, Tere , que como eu,ama o outono...
E se sente mais leve e mais feliz , como se fosse uma pipa dançando no azul do céu.

Óleo sobre tela "Manhãs de Outono" de Bernadeth Rocha

domingo, 18 de março de 2012

Voce é do tamanho de seus sonhos.



Sempre fui apaixonada pelas flores.Mas, quando comecei a pintar, em especial depois que conheci o impressionismo com suas pinceladas vibrantes e em cores puras, elas começaram a brotar em minha mente como se fossem sementes trazidas pelo vento.
Conheci o trabalho de Raquel Taraborelli, Tania Pagliato, e outros artistas com seus jardins impressionantemente floridos. Desde então , ter um jardim florido se tornou sonho, quase uma obsessão.
"Voce é do tamanho de seus sonhos", essa frase de meu filho Lucas faz sentido: quem sonha pouco, vive pouco, quem sonha muito vai atrás de seus sonhos e os transforma em realidade.
Quando estava expondo no Ceagesp de Sorocaba, na Festa das Nações, uma visitante que gostou muito do meu trabalho, fechou os olhos e disse:
" estou imaginando voce pintando...vejo voce num lugar maravilhoso, cheio de flores, pássaros cantando, um gramado muito verde... eu ri de sua imaginação, pois meu atelier era numa rua barulhenta no centro da cidade.
Incrível, que um dia imaginei o quanto seria bom morar numa chácara na beira da rodovia , morar e trabalhar no mesmo local, mas...
De repente estou aqui, morando numa chácara na beira da rodovia. De minha janela vejo os cachos de tumbérgias azuis, minha flor preferida(assisti repetidas vezes o final de " O Tigre e a Neve" só por causa do jardim e das tumbérgias azuis )que pendem do pergolado que nós mesmo fizemos e que está quase pronto. Tudo é feito devagar pela falta de tempo e prática, mas estamos ganhando experiência.
Não é fácil,mas não é impossível.Transformar em jardins de flores e folhagens onde antes só havia pedras e mato, requer esforço e dedicação, nem sempre a coluna suporta.
Mas o sonho aos poucos toma forma . Ontem carpi o mato que escondia os lindos cachos de hortência que surgem das mudas que ganhei de minha irmã Ciça, dedo verde e jardinista como nunca vi, tudo pega nas mãos dela. Mas vou aprendendo.
Quero azuis, como as que vi em Tapiraí, quando voltava da praia, na Pousada Sal da Terra. Momento inesquecível. Meu marido voltou para vermos de perto .Eu e minha amiga Cleide corremos no caminho de hortênsias azuis como se estivéssemos sonhando, crianças encantadas diante do belo.
Estão nascendo lindos buquês cor de rosa e violeta; aprendi que é devido a acidez ou alcalinidade do solo; é preciso corrigir.(bendito google, não sei como conseguimos viver sem ele )
Mas o importante, é que já posso tomar meu primeiro cafézinho apreciando minhas hortênsias. Falta a grama, falta crescer as árvores, fazer a horta, falta muito...
Mas é só fechar os olhos , como aquela doidinha que me viu pintando num lindo jardim.
Nota: os pássaros já tenho. Cantam o dia inteiro. Imagina como será a sinfonia que irei ouvir quando o sonho se tornar pura realidade.

Foto de Sonia Novaes. visite seu blog: sonianovaes.blogspot.com.br

sexta-feira, 16 de março de 2012



É assim que deve ser...

Nem me lembrava mais deste cantinho esquecido...
Tão grande a correria que meus dias me arrastam...Porque se permitir ser assim atropelado por tantas exigências e compromissos?
Será que não vale mais ver o sol nascer e se por; e entre um momento e outro preencher o tempo com um experimentar dos sentidos?
Sentir o aroma dos jasmins,ver brotar a cada dia centenas de tumbérgias ; deleitar-se (com olhos fechados)do sabor das mangas e procurar bichinhos de pelúcia nas nuvens antes que elas se desmanchem...tão efêmeras.
Ler um bom livro sentada na varanda (estou lendo A Semente da vitória - Nuno Cobra , já consegui controlar pelo menos a pressa na hora da refeição, é preciso presentear o paladar , degustando vagarosamente tantos sabores que se nos apresentam,tem que ser um momento sagrado,pois somos em parte o que comemos )parando de vez em quando para ver os pássaros que se alimentam no comedouro , livres e gratos por tanta fartura.
Observar com satisfação o Fred, que nada mais quer do que dormir e se espreguiçar; acho que está aí minha paixão pelos gatos: me realizo neles.
Enfim . Por um momento voltei a este meu cantinho.
Vou tentar colocar freios na rotina. Reencontrar comigo mesmo nestes momentos que na verdade me chamam a reflexão .
E, que de quebra ,nos dá o prazer de encontrar novos amigos.