sexta-feira, 20 de abril de 2012
Sob a luz das estrelas
Pausa para um descanso...ou ao menos para respirar sem ter que se sentir pressionado, como se uma fila, atrás de você, esperasse a sua vez.
Vi essa cena terrível no curta metragem " A geração que não verá as estrelas."
(procurei no google para ver se encontrava;não encontrei...será que mais alguém lembra de ter visto?)
Fiquei impressionada por muitos dias, temerosa sobre o amanhã.
O curta mostrava um tempo no futuro em que a poluição era tanta que não se via mais as estrelas, o ar denso , uma neblina constante fazendo com que as figuras desfiguradas surgissem repentinamente , famintas, violentas , perdidas.
As pessoas se amontoando em filas, esperando sua vez de entrar numa bolha onde podiam por alguns minutos respirar ar fresco, usando inaladores.Uma briga começa , quando muitos disputam um inalador ao perceberem que um deles está quebrado. O personagem central sai desesperado, e na rua , uma carrocinha recolhe pessoas mortas.
Devo ter visto esse curta num cinema `a uns trinta anos atrás.Foi tão marcante que me lembro dele , e não do filme que fui assistir.
Não chegamos a esse estágio, mas somos bombardeados por notícias de descasos com a natureza, a extinção de animais e plantas, o aquecimento global, a terra louca, que não sabe mais em que estação estamos entrando.
Pior ainda, a extinção, não do ser humano, mas do "ser" humano, quando a vida de crianças, idosos, mulheres, ou, seja, de todo aquele que parece ser mais fraco vai perdendo o valor.
Se você ficasse desacordado, ou fora do planeta, e ao voltar assistisse um noticiario, não teria perdido nada, porque as noticias se repetem, apenas mudam os protagonistas. Que pena que o ser humano se esqueceu o que é "ser" humano.
Mas não podemos generalizar.É lógico que existe aqueles, como eu e você, que não deixou se contaminar por este mundo louco e condenado, que ainda se emociona diante da beleza, que respira fundo ao assistir um por do sol, que se cala quando ouve uma pássaro, ou uma melodia...
Que sorri ao tocar os dedinhos das mãos de um bebê, que medita quando lê a Biblia, que valoriza o próximo nas suas carencias e aflições..
Que dança quando está feliz, e ri mesmo quando as coisas não vão tão bem como você gostaria...
Que mesmo quando está cansado, e muito ocupado, acha que vale a pena, antes de dormir sair lá fora, ou ao menos abrir a janela e procurar o brilho de uma estrela.
O curta estava errado, serviu para alertar uma geração, mas o homem não está no comando.
As estrelas continuarão a brilhar nos céus , e sempre haverá na terra olhos admirados e reverentes contando as estrelas.
"Sob a luz das estrelas"- oleo sobre tela de Bernadeth Rocha
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